segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Passeio escolar

Quase todos os dias vejo grupos de crianças com seus professores no metrô ou nas ruas. Os grupos são pequenos, de 10 ou 15 alunos, mais 2 ou 3 responsáveis. Eles se locomovem com transporte público, recebem a passagem dos responsáveis, aprendem que devem "ticar" o bilhete na máquina e fazem tudo com muito entusiasmo.



Em cada estação, a professora chama a atenção e instiga as crianças a saberem o nome da estação. Como todo estudante na infância, eles brincam, brigam: são alvoroçados, enfim. Um dia acompanhei uma cena: um grupo de 3 amiguinhos brincavam com um catálogo de propaganda de loja de eletro doméstico. Por um desentendimento, um deles começou a rasgar o papel, que em dado momento caiu no chão. Os outros se empolgaram e picar papel virou brincadeira. Eles dividam o banco com uma mulher de meia idade e deviam ter uns 7 ou 8 anos. Ela observava quieta, mas quando viu a arruaça de papel, pediu com paciência que eles pegassem, guardassem e depois colocassem no lixo. Sem nenhuma recusa eles acataram o pedido quando a professora chegou. As duas conversaram amigavelmente e interagiram com as crianças, reforçando o problema do papel picado no chão. Quando o vagão parou na estação de destino dos alunos, elas se despediram com simpatia. Vi uma lição dada em conjunto: uma professora e uma cidadã participando da formação de um cidadão. Acho um aspecto muito importante a saída dos muros escolares desde pequeno. Não posso saber que tipo de passeio, pra onde eles vão, ou coisas assim, mas essas visitas e até certa integração com a cidade, certamente é parte da formação escolar.
Não consigo imaginar a mesma circunstância no Brasil, infelizmente.



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