Quase todos os dias vejo grupos de crianças com seus professores no metrô ou nas ruas. Os grupos são pequenos, de 10 ou 15 alunos, mais 2 ou 3 responsáveis. Eles se locomovem com transporte público, recebem a passagem dos responsáveis, aprendem que devem "ticar" o bilhete na máquina e fazem tudo com muito entusiasmo.
Em cada estação, a professora chama a atenção e instiga as crianças a saberem o nome da estação. Como todo estudante na infância, eles brincam, brigam: são alvoroçados, enfim. Um dia acompanhei uma cena: um grupo de 3 amiguinhos brincavam com um catálogo de propaganda de loja de eletro doméstico. Por um desentendimento, um deles começou a rasgar o papel, que em dado momento caiu no chão. Os outros se empolgaram e picar papel virou brincadeira. Eles dividam o banco com uma mulher de meia idade e deviam ter uns 7 ou 8 anos. Ela observava quieta, mas quando viu a arruaça de papel, pediu com paciência que eles pegassem, guardassem e depois colocassem no lixo. Sem nenhuma recusa eles acataram o pedido quando a professora chegou. As duas conversaram amigavelmente e interagiram com as crianças, reforçando o problema do papel picado no chão. Quando o vagão parou na estação de destino dos alunos, elas se despediram com simpatia. Vi uma lição dada em conjunto: uma professora e uma cidadã participando da formação de um cidadão. Acho um aspecto muito importante a saída dos muros escolares desde pequeno. Não posso saber que tipo de passeio, pra onde eles vão, ou coisas assim, mas essas visitas e até certa integração com a cidade, certamente é parte da formação escolar.
Não consigo imaginar a mesma circunstância no Brasil, infelizmente.
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