É comum durante o trânsito de uma estação a outra no metrô, ser acompanhado de música. Violino, gaita, violão, cocalho, trompete e voz dão aos passageiros um pouco de apreciação sonora. Alguns acoplam na mochila uma caixinha de som que dão o tom da bateria. Uma mulher com sotaque espanhol canta sempre o Bessamemutcho com um homem no violão, mas já a ouvi sozinha com a mochila de som. Os que são provavelmente do leste europeu trazem sempre acordeão ou algo similar, e me lembra música cigana. Depois eles atravessam o vagão com um copinho, quase sempre de papel do "koffe to go", arrecadando as moedas e dizem com sotaque carregado: "Danke schön" ou o "bitte schön!" se recebem algo. E as pessoas dão. Nunca vi algum deles sair do trem sem ganhar algo. Meu amigo músico do Brasil, quando esteve aqui, sorria nostalgico quando via um deles: quase sempre o Erikson doava alguma moedinha. Alguns ficam nas estações, parados. Na Stadtmitte tem um túnel enorme que liga uma linha de metrô a outra e tem uma acústica incrível. Ontem eram duas mulheres, de biotipo oriental ou indígena sul-americana, que cantavam a capela, lindamente. E as vozes ecoavam no corredor gigante dando uma sensação ótima pra quem atravessava. Eu tinha só dois minutos pra chegar do outro lado, conforme indicava a placa eletrônica, caso contrário eu poderia perder o vagão seguinte. Eu passei ligeiro, sorri largo e uma delas me retribuiu: sorriu cantando e olhando pra mim com uma leve enclinada da cabeça. Meses atrás cruzei com uma pianista (estou certa de que ela era pianista) tocando um teclado. A música era de uma erudição comovente e combinava muito com a travessia da ponte que liga as duas linhas na estação de Möckernbrücke. Mas esses músicos somem, reaparecem ou não. Nunca vi cena de proibição, mas não sei se eles são legalizados pelo poder público, enfim. Fato é que fazem uma graninha, mas não sei se vivem de música tocada na rua ou nos espaços públicos. Hoje fotografei esses dois, na foto. A mulher toca um alaúde e o cara, violão. Na mão direita ele acoplou um cocalho que seguia o ritmo dos acordes. Depois da foto, dei 3 moedas e saí.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
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