sábado, 3 de abril de 2010

A Pop arte não polpa nada nem ninguém

A figura mais emblemática da Pop arte certamente foi Andy Warhol. Sua produção não polpou nada e nem ninguém: de Marilyn Monroe à Mao Tse-tung, da rainha da Inglaterra ao rei do futebol, de Jesus Cristo ao fetiche do sapato de salto alto feminino ou às latas russas de sopa. O Museu Brandhorst em Munique foi construído especialmente para abrigar a coleção particular do mecenas alemão Udo Brandhorst, e muitas obras de Warhol estão em seu acervo. Através de um concurso arquitetônico, foi escolhido o projeto. Gostei muito dessa inversão das coisas. Um prédio foi pensado de acordo com o acervo que o abrigaria. E isso, no resultado final, faz toda a diferença. A sala gigante do último andar com as obras do pintor norte americano Cy Twombly é o exemplo maior desse movimento: fica difícil imaginar as obras em outro lugar ou em outra posição que lhe é tão própria. O valor de um euro de entrada é simbólico mesmo. Ver uma escultura de Ron Mueck, que eu só conhecia pelos livros, foi emocionante (foto). Como é real e perfeito os corpos humanos, uma mulher parida com o bebê e o cordão umbilical ainda ligando os dois seres. Sigmar Polke em sua ilustração da liberdade, igualdade e fraternidade incomoda e satisfaz (foto). E os símbolos do comunismo não ficaram de fora do olhar de Warhol: sem eles, penso que sua obra seria incompleta.

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