quinta-feira, 15 de abril de 2010

Madame Anneke, soldada e sufragista

Essa caricatura foi publicada em um jornal reacionário na época da Revolução de 1848 na Alemanha. Mathilde Anneke era uma mulher alta, grande e acompanhou o segundo marido, que tinha sido do exército prussiano, nos campos de batalha. Mas antes disso, aos 20 anos, ficou famosa por defender-se pelo jornal de Colônia, conquistando o divórcio e a guarda da filha que teve com um nobre. Ela desistiu do casamento e seus argumentos na imprensa lhe deram fama. E claro, uma mulher agir assim em pleno ano de 1837 era coisa inconcebível. Dái o sarro da caricatura, onde ela senta no cavalo como os homens faziam. O enlace com Frtiz foi também ideológico. A patota em Colônia incluia Karl Marx e Engels, que mantinham um jornal opositor. Tanto que eles foram presos junto com o eleito de Mathilde. Sufocada as tentativas revolucionárias que incluiam a unificação da Alemanha (que só ocorreu em 1871), os autores do Manifesto Comunista seguiram exilados para a França e depois pra Inglaterra. O casal Anneke seguiu para a Suiça e depois para os EUA. E foi lá que essa mulher tornou-se uma das líderes da luta pelos direitos das mulheres.
Estudar as mulheres do passado, me traz um peso enorme nas costas. Sinto que fica, a cada dia, mais difícil ser mulher: não deveria ser o contrário??

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