domingo, 11 de abril de 2010

Batucada contra energia nuclear

Não foi a primeira vez que a Baixada Berlinense particpou do protesto. Convidado para animar a passeata em Mitte, região central de Berlin, o grupo foi munido de tambores e alegria. Eu fui apenas em um ensaio e meu endereço de e-mail já caiu na graça do grupo: fui convocada pro protesto de sábado, 10 de abril. O mesmo aconteceu em cerca de 50 cidades ao redor do país e contou com ativistas da ecologia, mas também de partidos como Die Linke, SPD e o Grüne, ou seja, a esquerda, o partido social democrata a os verdes. A gente se reuniu às 10:30 na frente da Vattenfall, que é a empresa de energia que atua em todo norte da Europa e se vale da energia nuclear. Uma demonstração oficial e pacífica, por isso, com o concentimento e a proteção da polícia alemã, que esteve em todo o trajeto. Os organizadores distribuiam, em troca de qualquer moeda, fitas amarelas (última foto) com imagens da corrente de gente e a frase: "Desliguem a energia atômica", em preto. Tinha velhos e jovens, famílias inteiras acompanhando o protesto, também cadeirantes e bebês de colo. Um carro de som já havia trazido os tambores e foi preciso esquentar com o som, pois fazia frio: um pé de vento gelado e no último minuto da passeata, logo depois da fala dos organizadores, choveu. Entre insegurança e concentração, meu olhar esteve sempre na mestre, Débora Saraiva, que me ajudava a tocar certinho (ou melhor, a fazer o barulho corretamente..hehe). Foi tudo muito legal: as pessoas dançavam, aplaudiam e tiraram muitas, muitas fotos da passeata. Tinha até cachorro com cartaz no pescoço.
Uma das imagens que mais estampavam os cartazes era essa: "Força atômica? Não, obrigada." E mesmo com o envolvimento partidário, eram poucas as bandeiras dos partidos políticos envolvidos. Os participantes fizeram uma longa fila em marcha, de mãos dadas e unidos também com a fita amarela e preta, enquanto passávamos batendo tambor e alegrando o povo. É o que eles chamam de corrente de gente. Os jornais hoje falam em 1.200 participantes. Tinha outro grupo de jovens percurssionistas que ficou mais pro final da caminhada. Um rapaz de bicicleta e auto-falante dava o ritmo da marcha, que teve mais ou menos um quilômetro e meio de percurso. O auge foi quando passamos por baixo da ponte da Friedrichstrasse, uma estrutura de ferro antiga que deu uma acústica arrepiante. Paramos lá embaixo, porque a mestre nem é boba nem nada, e fizemos um groove que arrancou sorrisos do grupo. Os turistas dançaram e fizeram muitas fotos, assim como os próprios participantes e a imprensa. E foto foi o que não fizemos. Então fico imaginando por onde estão as imagens da Baixada Berlinense mundo afora...

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