quarta-feira, 14 de abril de 2010

Diálogo preocupante

Desde que comecei a frequentar as piscinas públicas em Berlin, encanei com a falta de exame médico. Eu nadei em muitos lugares no Brasil. Em Maringá na minha terra natal, todo ano era obrigatório atualizar a dispensa médica. É certo que o exame coletivo era sempre motivo de piada, pois daquele jeito não era possível detectar nenhum problema de pele. Depois no Caio Martins em Niterói e na ACM do centro do Rio, a mesma coisa: exame médico pra nadar. Aqui, qualquer pessoa entra nos banhos públicos sem precisar de exame, simples assim. Já nadei em várias piscinas e nunca houve empecilho.
Eis que ontem, depois da natação de noite na Stadtbad Neukölln,(quando a entrada é mais barata: 2 euros depois das 20hrs), estava no vestiário começando a me trocar na cabine individual, quando ouvi o diálogo em inglês. Uma das mulheres disse estupefada: "Nossa, o que é isso? Está muito sério, você deveria procurar um médico imediatamente!" A outra tentou amenizar, disse que logo ia passar. Mas a sua interlocutora não se deu por satisfeita e voltou a dizer que estava muito feio, e que um médico naquele caso era imprescindível. Eu ouvi atônita e curiosa. E relembrei da garota na mesma piscina que eu, minutos antes. Elas não eram alemãs e tinham um sotaque norte americano. Lembrei do filme do Michel Moore, Scico (?) sobre o sistema de saúde nos EUA. Ou os alemães confiam muito na saúde de seus cidadãos, ou é mesmo descaso. Enfim, fiquei cabreira e curiosa. Mas não vou deixar de nadar por isso.

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