sábado, 14 de agosto de 2010

Só depois da Copa do Mundo

Tem sido tarefa fácil me aborrecer: tpm. Mas cheguei na minha terra natal e me senti uma estranha no ninho. Como historiadora e maringaense, ver pela tv as máquinas da prefeitura destruindo um prédio histórico, doeu. Nem tive coragem de ver ao vivo. Por onde anda a noção de patrimônio histórico do poder público? A sociedade se organizou, mas não foi ouvida. Sinto muito, sinto tanto. Sinto vergonha. Me sinto fora, out... uma coisa tão óbvia! A UEM já tem um curso de arquitetura, poderia abrir um concurso, como aconteceu com o Circo Voador no Rio, quando o projeto de um grupo de estudantes ganhou e foi executado com investimentos da prefeitura. O museu d´Orsay em Paris foi uma estação ferroviária, assim como o museu de arte contemporânea de Berlin. Uma vez li uma entrevista do Roberto Mangabeira Unger e ele dizia que o Brasil era o país do mundo mais parecido com os EUA. E um exemplo dado era essa prática de destruir o velho e levantar arranha-céus. Tenho que concordar com o professor de Harward. Isso pra mim é negativo, mas certamente para muitos maringaenses pode ser um elogio. Pobre de nós, civilizados (?)... Mas isso incentivou o ressurgimento do Chave de lá: um suspiro!? Talvez resistência e criação de formas de sobrevivência em meio ao descaso, à ignorância e à força do dinheiro e da especulação imobiliária. A vida segue em exclusão. Como Marina W, queria ser um urso, imbernar numa caverna profunda e sair só depois da Copa do mundo...